Uma das polêmicas em torno da reposição se refere às atendentes que atuam nas turmas de pré-escola nos Cmeis. Segundo a Smed, a reposição é obrigatória apenas aos profissionais que exercem a docência, ou seja, os professores. Os/as atendentes infantis, portanto, estariam desobrigados/as.
Por sua vez, as atendentes infantis lutam pelo reconhecimento como profissionais da educação. Delas é exigida formação inicial na área de Educação, participação em formação continuada ofertada pela Smed, controle de frequência dos estudantes e planejamento das atividades com base nas Diretrizes Curriculares Municipais. Mas elas possuem salário, carreira e jornada distintos dos professores, além de pertencerem ao quadro geral.
Há a necessidade urgente de construir a identidade profissional deste segmento. As atividades desenvolvidas pelas atendentes, desde o berçário, possuem dimensões de práticas educativas que requerem saberes específicos ligados à educação.
Profissionalização
O espaço do Cmei passou de local com função meramente assistencialista para um direito das crianças de 0 a 5 anos por educação pública e gratuita, ainda que não obrigatória. Ali é impossível dissociar o educar e o cuidar.
A Educação Infantil traz consigo a exigência da profissionalização do trabalho educacional. Além das atendentes, os demais trabalhadores em educação também devem ser reconhecidos: assistentes e auxiliares administrativos, cozinheiras, serventes, etc.
A legislação precisa incorporar tais categorias, redefinindo suas funções e as perspectivas de carreira. É necessário também investir na formação continuada desse pessoal.
Não dá para pensar em unidade na escola apenas por conveniências administrativas e de momento. É preciso construir um debate para consolidar direitos e reestruturar as carreiras. Desta forma nos aproximaremos da valorização profissional e da educação de qualidade que almejamos.