Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

violência policialDe acordo com levantamento feito pelo G1, ao menos 3.148 pessoas foram mortas por policiais no primeiro semestre deste ano. O dado apresenta um aumento de 7% quando comparado ao mesmo período de 2020. Outro estudo, da Rede Observatório de Segurança do Rio de Janeiro, revela que a cada 33 minutos uma pessoa sofre algum tipo de violência policial no Brasil.

Ou seja, mesmo em plena pandemia, que fez com que estados e municípios adotassem medidas de isolamento social, as polícias nunca mataram tanto quanto estão matando agora. Milhares também são os relatos de abordagens desnecessárias e truculentas em todo o país, das quais as principais vítimas (79%) são pessoas negras.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todas as vítimas de violência policial em Salvador (BA), em 2020, eram homens negros, o que mostra que as autoridades, além de truculentas, também estão impregnadas de racismo.

Em Curitiba, no dia 11 de setembro, um jovem trabalhador de apenas 22 anos foi assassinado por tiros de calibre 12 disparados pela Guarda Municipal (GM), que também deixou feridas por armas de fogo mais duas vítimas, uma adolescente de 14 anos e uma mulher de 31 anos.

A alegação da GM de Curitiba é que a Guarda tentava dispersar uma briga no Largo da Ordem quando Mateus Noga foi assassinado. Mas, o que justifica a utilização de munição letal pela GM para dispersar uma suposta briga? De acordo com pessoas que estavam no local no momento do ocorrido, as vítimas não tinham nada a ver com o caso e GM atirou a esmo. Mateus foi assassinado com 9 tiros nas costas.

Em Araucária, os servidores organizados com o SISMMAR e o SIFAR foram covardemente agredidos por integrantes da Guarda Municipal de Araucária (GMA) quando protestavam contra a redução salarial, inclusive da própria GMA, na Câmara Municipal. Diversos trabalhadores foram violentados com socos, empurrões e chutes, além de prisões arbitrárias e injustas e tiros de bala de borracha à queima-roupa.

Anteriormente, no dia 25 de abril deste ano, a mesma GMA já havia executado uma outra ação violenta na Ocupação Santa Cruz. Diversas pessoas da comunidade que resistiam na luta por moradia, inclusive mulheres e idosas, ficaram feridas nessa ação truculenta e desnecessária da Guarda Municipal de Araucária, que utilizou balas de borracha, spray de pimenta e tratores para destruir construções no terreno.

Ou seja, os agentes de Segurança Pública, que deveriam estar protegendo os cidadãos e, no caso das guardas municipais, protegendo os bens e serviços, estão agredindo, violentando e matando a população. É inaceitável que o Estado, que deveria combater a violência através das instituições, seja o responsável por bater recordes de letalidade e brutalidade policial.

É urgente que se repense no modelo de segurança pública do país, pois este modelo violento, truculento, assassino e ultrapassado do Estado serve somente para oprimir a população negra, os mais pobres, as mulheres e a classe trabalhadora, que são as principais vítimas do autoritarismo das autoridades brasileiras.

O autoritarismo e o punitivismo, que vêm sendo amplamente defendido e implantado pelo desgoverno Bolsonaro e seus apoiadores, inclusive da ala militar, são incompatíveis com a democracia. É inadmissível que as polícias, assim como na época da ditadura, continuem sendo utilizadas para oprimir a população no seu direito de existir e lutar.

Em São Paulo, com câmeras instaladas nas fardas de Policiais Militares, mortes por intervenções policiais caíram 54% entre maio e junho deste ano. São iniciativas e alternativas como essa que podem servir a sociedade e combater o abuso de poder por parte dos agentes do Estado.

Afinal, Estado é para proteger e não para agredir e matar! BASTA de violência policial!

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