Mães, pais e professores da Escola Especial Agrícola estão preocupados com a possibilidade da unidade ser fechada. Para discutir a questão, realizaram reunião na tarde desta segunda-feira, 11 de agosto, na sede do Sismmar, e convocaram a Secretaria da Educação. A secretária Janete Schiontek esteve presente.
A insegurança da comunidade escolar se baseia na necessidade de adaptação da escola à política nacional para a educação inclusiva. O temor aumentou com a retirada de atendentes para outras unidades, desfalcando o atendimento a estudantes com autismo, e se agravou com a descontinuidade no transporte coletivo.
Representantes das empresas presente na reunião afirmaram que o problema do transporte será resolvido a partir desta semana, com substituição das prestadoras que realizavam o serviço.
A remoção de atendentes foi explicada pela secretária como uma realocação meramente administrativa. Ela admitiu a política do cobertor curto adotada pela administração municipal. Cobre os braços e descobre a perna. Aos profissionais cabe a ginástica de fazer caber todo o corpo sob um cobertor cada vez mais curto e arrebentado, já que não se contratam profissionais para suprir a carência.
Questionada pelos presentes, a secretária afirmou que “a escola agrícola não será fechada”, mas ressaltou que “há uma decisão sobre a vida legal da escola a ser tomada”, para cumprir a política nacional para a educação inclusiva. Segundo ela, “a decisão não será unilateral. Será tomada com a equipe profissional da escola, pais e o Conselho Municipal de Educação”.
Mães, pais e profissionais da Escola Agrícola querem garantir que estudantes com idade superior a 18 anos não fiquem sem o apoio escolar. Pela orientação nacional, essas pessoas deveriam ser incluídas no ensino regular, com atendimento complementar em centros especiais.
Existe a proposta de ocupar o espaço do Centro Dia da Pessoa Idosa, que são cerca de 2 mil m² de construção, de forma compartilhada com um Centro Dia da Pessoa com Necessidade de Atendimento Especial, oferecendo fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e outros serviços.
Uma mãe se mostrou preocupada com a possibilidade do serviço ser interrompido para seu filho que já tem 18 anos. “Meu filho teve a inclusão negada na idade certa e hoje sua possibilidade de adaptação é bem menor. A inclusão deveria ter sido feita desde a primeira infância”, defendeu ela.