Os servidores do magistério e do quadro geral de Araucária lotaram o plenário da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (20) para acompanhar o debate eleitoral organizado pelo Sismmar – em conjunto com o Sifar (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos do Município de Araucária). Dos cinco candidatos a prefeito e vice-prefeito do município, dois compareceram ao evento: André Luiz Brondani (Coligação Frente de Esquerda Araucária) e Olizandro Ferreira (Coligação Segurança pra Mudar). Apenas André Brondani assinou as Cartas Compromisso do Sismmar e do Sifar. Olizandro Ferreira se comprometeu a entregar seu parecer sobre as Cartas em 48 horas.
Mais de 100 representantes dos funcionários públicos, demais convidados e aproximadamente 1300 pessoas acompanharam o debate que foi transmitido ao vivo pelo site do Sismmar. Na avaliação do Sismmar, o comparecimento dos sindicalizados e o acompanhamento dos eleitores de Araucária pela internet comprovaram que o eleitorado está cada vez mais interessado em analisar os projetos políticos para o município.
O Sismmar repudia a ausência dos candidatos Hissam Hussein Dehaini(Coligação Com a Força do Povo em busca da Feliz Cidade), Albanor José(Coligação Pra Frente Araucária e o vice Isac Fialla), e Luis Coimbra (Sem Coligação). Apesar de justificarem, não se dispuseram em debater frente a frente com os servidores questões como carreira, saúde, condições de trabalho, direitos dos aposentados, previdência e outros temas que foram levantados pelo Sismmar e Sifar.
Cartas compromisso – O candidato André Brondani assinou as Cartas Compromisso dos representantes do magistério e do quadro geral. “As duas cartas foram elaboradas por coletivos das respectivas categorias, respeitando as reivindicações desses servidores. Qualquer governante que descumpra as propostas elencadas deve sofrer as conseqüências públicas por não assumir esse compromisso”, enfatizou o candidato.
Já o candidato Olizandro Ferreira não assinou os documentos. Mesmo não se comprometendo com os servidores – alegando não ter tido tempo hábil para análise das reivindicações elencadas – solicitou 48 horas para dar seu parecer sobre a carta. E lembrou que a ausência dos demais candidatos demonstrou desrespeito e falta de compromisso. “Os sindicatos mobilizam toda uma estrutura esperando um debate com todos. O candidato que não compareceu aqui está provado que ele não vai comparecer nos debates que os servidores vão promover no ano que vem. Se não compareceu agora não vai comparecer depois também”, alfinetou os demais adversários.
Compromissos com o Magistério – Conduzido pelo presidente do Sifar, Julio Telesca, e com o apoio da coordenadora de Organização Sindical do Sismmar, Gilziane Queluz, no segundo bloco do debate os candidatos responderam à pergunta elaborada pela coordenadora geral do Sismmar, Giovana Piletti. Giovana questionou se os candidatos fariam as alterações no Plano de Carreira, que necessita de várias modificações, dentre elas a que estabelece a aceitação dos cursos de mestrado e doutorado dos profissionais que ingressam na rede. Também perguntou a respeito da implantação da hora-atividade e da resolução dos processos administrativos que estão parados na Procuradoria Geral do Município (PGM).
André Brondani lembrou que o Plano de Carreira, criado na gestão de Olizandro Ferreira, em 2008, foi conquistado depois de muita luta. “Não houve interesse do Executivo em promover o diálogo. Ocorreram processos administrativos envolvendo dois professores e a exoneração de outro que também estava envolvido. O plano foi aprovado, mas saiu engessado, por exemplo, não enquadrou os aposentados. É necessário fazer essas e outras modificações que valorizem as categorias. Em relação à jornada de 33%, ela será aplicada, pois a ampliação da hora-atividade faz parte da Lei do Piso do Magistério e deve ser cumprida”, declarou o candidato.
Olizandro Ferreira reconheceu que o Plano de Carreira aprovado na sua gestão necessita de mudanças. Para tanto, afirmou que criará duas comissões para fazer a revisão e melhorar o Plano e que implantará políticas de valorização a todos os servidores. Sobre a hora-atividade ele foi sucinto. “A lei já está vigorando. Lei federal se cumpre. Não se discute”, frisou Olizandro.
O debate teve cinco blocos. No primeiro bloco os candidatos se apresentaram, no segundo e terceiro bloco responderam a perguntas feitas por dirigentes do Sifar e Sismmar, respectivamente. No quarto bloco puderam fazer perguntas entre si – com temáticas definidas. No quinto e último bloco fizeram as considerações finais. A ordem das exposições foi definida por sorteio e os candidatos respeitaram os tempos previstos para cada etapa do debate (pergunta, replica e tréplica). O evento contou ainda com a presença dos advogados dos sindicatos que foram convidados para analisar os possíveis pedidos de resposta.