Nesta terça-feira (31), o Sismmar realizou o seu planejamento estratégico. A atividade contou com palestra do economista do Dieese, Sandro Silva, que falou sobre análise de conjuntura e as finanças de Araucária, e discussões sobre as futuras ações do sindicato. Para Sandro, o município tem condições de atender a reivindicação do magistério, pois, segundo ele, nada impede o pagamento do reajuste salarial de aproximadamente 12,24%, uma vez que, o município ainda não chegou próximo ao limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF).
O objetivo da participação do economista foi fazer com que ele trouxesse informações e dados técnicos sobre as finanças do município para que o sindicato possa negociar com o Executivo o reajuste da categoria. Segundo Sandro o quadro é otimista. A Receita Corrente Líquida passou de 367 milhões (2009) para 456 milhões (2010). E, apesar de o gasto com pessoal (LRF) ter aumentado, passando de 169 milhões (2009) para 202 milhões (2010), este fato em nada compromete as finanças, pois – com base nos dados do 1º quadrimestre de 2012, o gasto com pessoal poderia aumentar em 15,07% para alcançar o limite prudencial (51,30%), sem considerar o possível aumento da receita.
O percentual da recomposição salarial reivindicada pelo Magistério é de aproximadamente 12%. Este compreende três aspectos fundamentais: a soma referente ao cálculo definido pela categoria relativo às perdas históricas acumuladas de março de 2004 a maio de 2011, em 1,56%, a estimativa da inflação dos últimos 12 meses e em consonância com o período de data base no mês de junho/2011, estimado em 5,25% (INPC-Dieese) e um aumento real de salário em 5%.
Antecipação da data-base – Nos próximos três meses, o Sismmar vai lutar para que a lei da data-base seja sancionada pelo prefeito até 10 de abril. Para a categoria do magistério, o pagamento de reajuste é realizado no mês de junho, mas devido ao cumprimento da legislação eleitoral, o sindicato reivindica que o reajuste respeite a data estabelecida e não prejudique o magistério ao fazer o cálculo sobre a reposição da inflação. “Cobraremos uma audiência com o prefeito ainda neste mês para debater esse assunto. A data-base de março pode ser aplicada em junho, mas a lei tem de ser sancionada até 10 de abril”, reiterou a coordenadora geral do Sismmar, Giovana Piletti.
Conjuntura econômica – Ao fazer a exposição sobre Conjuntura Econômica e Negociações Coletivas, Sandro destacou que a economia vem tendo melhoras de 2003 para cá. E é justamente o crescimento da economia, combinado com o nível da inflação, que influencia o desempenho das negociações salariais. Com a retomada do crescimento da economia nos últimos anos, as negociações melhoraram. Segundo Sandro, a maioria das categorias vem conquistando reajustes iguais ou superiores á inflação. Também ampliou o número de categorias que obtiveram o aumento real. Os elementos que contribuíram com a negociação dos trabalhadores foram: continuidade do crescimento da economia (com possibilidade de aceleração), mercado de trabalho aquecido e reajuste do salário mínimo (14,13%) e do piso regional.
O economista destacou ainda que a conjuntura econômica é marcada pelo volume de crédito em crescimento, taxa Selic em queda para reverter a forte desaceleração da economia ocorrida em 2011, mercado de trabalho aquecido, com possível aceleração na geração de empregos formais, queda do desemprego e recuperação da renda, dentre outros. Em relação à inflação, Sandro disse que a tendência é a de queda até maio de 2012, ou seja, uma estimativa de 5,75% em janeiro para 5,23% em maio. Além disso, a desaceleração no último quadrimestre, fará com que a inflação fique abaixo de 6% em 2012.