A diretoria da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) divulgou nota sobre a greve nacional. Segundo a entidade, nos três dias da mobilização, toda a sociedade brasileira voltou os seus olhos para as questões que envolvem o desenvolvimento da educação pública em nosso país.
Muitos afirmam que uma educação de qualidade é fundamental para o desenvolvimento do país, porém, na maioria das vezes não paramos para refletir o que é e como deve ser o ensino público que queremos para os nossos municípios, estados e para o Brasil. Nestes três dias de greve nacional, nós enquanto dirigentes da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), acreditamos que toda a sociedade brasileira voltou os seus olhos para as questões que envolvem o desenvolvimento da educação pública em nosso país.
A iniciativa da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) de convocar todos os sindicatos em educação do Brasil ao pararem as suas redes públicas de ensino e lutarem por questões como a aprovação do Plano Nacional de Educação, 10% do Produto Interno Bruto para a educação pública e o cumprimento na íntegra da Lei do Piso Salarial Nacional, nº 11.738, foi louvável e com certeza rendeu e ainda renderá bons frutos na luta por melhorias no ensino público brasileiro.
Em Mato Grosso do Sul, nós da diretoria da Federação que representa os trabalhadores em educação e que estivemos a frente da mobilização e organização da paralisação no Estado, tivemos alguns avanços como a conquista do cumprimento na íntegra da Lei do Piso Salarial Nacional em quinze municípios do nosso Estado. Antes da movimentação da greve nacional tínhamos apenas cinco gestores públicos que cumpriam a Lei, pagavam R$ 1.451 ou mais para os professores da rede municipal de ensino e concediam 1/3 de hora-atividade para o planejamento de aulas.
Podemos afirmar que no primeiro dia de greve nacional tivemos 85% das redes públicas de ensino em Mato Grosso do Sul que pararam as suas atividade e nos dois outros dias tivemos mais de 90%. Nossos sindicatos de base fizeram diversas movimentações em seus municípios, como passeatas, atos públicos, panfletagens, debates importantes sobre questões como o Plano Nacional de Educação e suas 20 metas, os planos de cargo e carreira das cidades, entre outras questões que afetam diretamente o dia-a-dia da categoria.
Ressaltamos também municípios como Dourados, Três Lagoas, Aquidauana, Corumbá, Coxim, Maracajú, Douradina, Aparecida do Taboado, Coxim , Ponta Porã, Anastácio, entre outros que paralisaram as suas redes 100%.
Além disso, consideramos que o movimento sindical da educação pública de Mato Grosso do Sul e do Brasil sai desta paralisação nacional fortalecido, pois conseguimos sensibilizar não só a sociedade como esperamos ter atingido os gestores públicos que precisam entender de uma vez por todas que sem investimento na educação pública as suas cidades e os seus estados nunca alcançaram a meta de desenvolvimento que eles procuram.
A FETEMS e os seus 71 sindicatos afiliados superaram a meta de 10 mil trabalhadores em educação nas ruas da capital, no dia da mobilização em nível estadual, foram 15 mil trabalhadores, 58 ônibus vindo de todo o interior de MS, que participaram de umas das maiores passeatas da história da Federação, que neste mês de março completou os seus 33 anos.
Agora a certeza que temos é de que a luta continua, aguardamos que o Governo do Estado cumpra a Lei do Piso Salarial Nacional na sua íntegra e conceda 1/3 de hora-atividade para os professores da rede estadual de ensino, também solicitamos uma reunião com a diretoria da Assomasul (Associação dos municípios de Mato Grosso do Sul), pois queremos que a entidade intervenha com os gestores municipais para que eles também assumam o compromisso de cumprir a Lei em seus municípios. A nível nacional vamos continuar na luta pela aprovação do PNE e pelo investimento de 10% do PIB para educação pública, juntamente com a CNTE e os demais sindicatos da educação do país.
Nossa luta é a de todos que reconhecem nos profissionais em educação pessoas importantes e decisivas para a formação de nossas crianças e adolescentes, para a formação de cidadãos mais éticos, justos e comprometidos com as causas sociais. Agradecemos todo o apoio da sociedade sul-mato-grossense e da sociedade brasileira, principalmente os pais de alunos que entenderam a nossa causa e nos apoiaram nestes três dias de paralisação, reafirmamos que estas aulas serão repostas com a mesma qualidade e com o mesmo compromisso que temos de oferecer um ensino público de qualidade para os filhos dos trabalhadores de nosso Estado.
Encerramos esta nota prestando solidariedade e apóio aos companheiros de luta do Piauí, Goiás, Distrito Federal e de todos os outros estados que decidiram continuar em greve, que é um direito legal e com certeza um instrumento legítimo da nossa luta. (FETEMS, 16/03/12)