Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

Do Sismmac

Na noite desta terça-feira (3), em assembleia realizada a partir das 19h, os estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram ocupar a reitoria da Universidade. Cerca de 300 estudantes participaram da assembleia que debateu a (falta de) negociação da reitoria da UFPR e do Governo Federal, que tratam com descaso a greve geral de estudantes, docentes e servidores que já dura mais de 40 dias. Para aumentar a pressão, eles deliberaram que era hora de intensificar o movimento.

Os estudantes reivindicam o aumento da quantidade e valor das bolsas de estudos; acesso gratuito a cursos de línguas para todos os estudantes; fim dos espaços privados dentro da universidade; creche para mães estudantes; além do cumprimento de promessas feitas pela reitoria no ano passado, que incluem construção de novas moradias para estudantes em Curitiba, Palotina e litoral. No plano federal, eles defendem maior flexibilização nas negociações entre servidores e União, além de melhores condições de ensino.

A reitoria da UFPR foi a segunda a ser ocupada no país durante a greve nacional. A Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) também foi ocupada na manhã do dia 3 de julho, após o ato do 3J (dia nacional de manifestações dos estudantes em todo o país). Eles exigem mais bolsas auxílio, fim da bolsa trabalho e pela negociação imediata do Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, com o Comando Nacional de Greve.

Greve estudantil

A greve estudantil se iniciou no dia 29 de maio, quando mais de 500 estudantes, em assembleia geral, deflagraram greve. O debate principal foi sobre o apoio à paralisação dos docentes – que já haviam entrado em greve –, à mobilização dos servidores técnico-administrativos e também de uma extensa pauta de reivindicações levantada nos cursos, após a realização de assembleias locais. Após a deflagração, a organização da greve estudantil passou a acontecer a partir dos comandos locais e também do Comando Geral de Greve.

Mais de 40 dias de paralisação sem negociação

Após 40 dias de greve das Instituições Federais de Ensino Superior, a greve ampliou-se, está fortalecida e envolve hoje 95% das IFES. O movimento dos docentes defende reivindicações por carreira única, elevação do patamar salarial e condições de trabalho. A greve tem a solidariedade e o apoio da classe trabalhadora que quer ver seus filhos inseridos em um sistema nacional de educação pública, gratuita e de qualidade.

O fato do governo ainda não ter apresentado proposta de carreira para negociação com os docentes até agora deixa evidente uma política que está comprometida com o arrocho salarial e o corte de gastos sociais.

Enquanto o Estado não se mostra disposto a atender as reivindicações dos servidores públicos por carreira, reajuste salarial e melhores condições de trabalho, privilegia, sim, os setores ligados ao capital, seja por meio de subsídios, financiamento público e isenções fiscais, gastando mais de 45% do orçamento da União com o pagamento de juros e amortizações do sistema rentista da dívida pública.

O descaso do Estado com a greve dos docentes, servidores e estudantes, mostra que a prioridade não são gastos sociais, como educação e saúde de qualidade. A riqueza do país que é produzida por nós, trabalhadores, é destinada em sua maior parte para a iniciativa privada e bancos. Como professores, sabemos das dificuldades que sofremos diariamente. Passamos mais de uma década sem nenhum aumento real no salário. Só mudamos essa realidade quando fomos às ruas e fizemos pressão no patrão – no nosso caso, a Prefeitura.

 

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