Apesar das diversas tentativas de diálogo e negociação, o governo Hissam, fundamentado pelo Secretário Municipal de Saúde, Adilson Seidi Suguiura, e com aval do Ministério Público, manteve o retorno das aulas presenciais para 02 de agosto.
Em reunião realizada hoje (30) com o SISMMAR e representantes da Secretaria Municipal de Educação (Smed), a resposta foi que o Prefeito está irredutível quanto à data de retorno presencial. O governo ignora dados da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), como por exemplo o fato da média de mortes por Covid-19 em Araucária ser 22% maior do que a média nacional per capita (0,318% contra 0,26%).
A Secretária de Educação, Adriana Chaves Palmieri, até falou que, caso fosse necessário, poderiam retroceder na decisão. Mas, o que mais é necessário? Mais trabalhadores contaminados? Qual é o preço?
O Secretário de Saúde, em reunião com professores e em plenária do Conselho Municipal de Saúde (CME), já fez afirmações inverossímeis e incompatíveis com o cargo que ocupa. Ele afirmou que a primeira dose é suficiente para garantir a imunização. Porém, os estudos realizados até o momento comprovam que a cobertura é de aproximadamente 30% quando se trata da variante delta. O secretário ignora isso?
Também sabemos que essa mesma variante, que já tem transmissão comunitária por aqui, matou 12 das 29 pessoas detectadas, o que representa um percentual de aproximadamente 41% nesse índice (Sesa e Fiocruz).
Para piorar, esse mesmo secretário afirmou, em plenária aberta do CME, que a culpa do alto índice de transmissão da Covid-19 no Brasil é o fato de o brasileiro ser muito afetuoso e gostar de abraçar. Uma afirmação absurda e que beira o negacionismo!
Por fim, como pode o município com a segunda maior renda per capita do estado (IBGE) ter índices tão altos de mortalidade? Para onde escoa o dinheiro arrecadado em Araucária?
Por que impor o retorno às aulas faltando apenas dois meses para a imunização completa de quase a totalidade dos trabalhadores e trabalhadoras da Educação e no período mais gelado do inverno mais rigoroso dos últimos anos? Não faltaram tentativas de diálogo por parte do sindicato.
Esse plano genocida do governo Hissam e o descaso com a comunidade escolar precisam ser denunciados. Em assembleia organizada no dia 09 de julho, os trabalhadores organizados com o sindicato votaram por unanimidade a greve em caso de retorno.
Amanhã (31), faremos assembleia para juntos organizarmos esse movimento. Trabalhadores e trabalhadoras da Educação do município de Araucária, UNI-VOS! Não podemos correr o risco de pagar com a vida pela falta de diálogo do governo Hissam.
Rumo à greve sanitária!