Nem mesmo a chuva e a pressão da Secretaria Municipal da Educação (Smed) conseguiram intimidar os profissionais da educação em Araucária. Nesta quinta-feira (15), centenas deles participaram da mobilização para cobrar a aplicação integral da Lei 11.738 – Lei do Piso do Magistério -, a qual garante a ampliação da hora-atividade. O ato público realizado no período da manhã, em frente à Prefeitura do Municipal, teve por objetivo pressionar o Executivo a atender essa e demais reivindicações. O prefeito, além de não ouvir a categoria, pediu para a guarda municipal acompanhar as dirigentes do Sismmar quando estas subiram para protocolar documento relacionado à luta do magistério. Em nota de repúdio, a direção do Sismmar explica a sociedade araucariense a forma desrespeitosa que vem sendo tratado o processo de negociação.
Durante o ato público, as dirigentes do Sismmar – Giovana Pilletti, Gilziane Queluz e Elecy Luvizon – solicitaram audiência com o prefeito Albanor José Gomes para tratar da pauta de reivindicações do magistério. No entanto, além de não atender os representantes da categoria, a comissão de Negociação do Sismmar foi escoltada pela Guarda Municipal até o gabinete do Prefeito sob à justificativa “de defesa do patrimônio público”.
Para os sindicalistas da entidade, “Tal atitude demonstra o trato desrespeitoso com os professores da Rede Pública Municipal e com representantes do Sindicato”. E acrescentam: “Na mídia, apresenta-se como democrático e disposto ao diálogo e, na prática, age de forma autoritária e desrespeitosa em relação a reivindicações da categoria. Por intermédio da Secretaria Municipal de Educação exerceu-se uma pressão insana aos professores, como cortes no livro ponto dos profissionais que participassem do ato nacional”, ressaltam os/as dirigentes no documento.
Hora–atividade – Segundo o Sismmar, a forma como o Executivo anunciou a implementação da hora-atividade é diferente do que realmente está ocorrendo. Em documento enviado às escolas, intitulado “Nota de esclarecimento”, o prefeito afirmou: “teremos que planejar gradativamente o aumento da hora-atividade”. No entanto, o Sismmar já divulgou aqui no site, e em demais canais de comunicação da entidade, que o mesmo não apresentou qualquer proposta de ampliação. O assunto será debatido no próximo dia 29 de março, quando Sismmar e governo analisarão os dados que apontarão o impacto da hora-atividade no município. “O Prefeito de Araucária descumpre a lei do Piso e com isso desrespeita os profissionais de educação”, apontam os representantes do Sismmar.
Mobilização nas unidades educacionais – No período da tarde, a mobilização foi estendida às unidades educacionais. Mesmo com a pressão da Smed, as escolas do município aderiram à mobilização e os professores e pedagogos paralisaram parcialmente suas atividades. Após o recreio, os estudantes foram dispensados e os professores permaneceram reunidos no local de trabalho para fazer o debate das principais reivindicações do magistério. Depois conduzir a leitura dos itens que integravam a “Sugestão de Questões para Orientar o Debate”, encaminhada pelo Sismmar, os representantes sindicais do Sismmar elaboraram um relatório apontando a real situação em que se encontram as escolas e cmeis do município.
O ‘dossiê’ será entregue ao prefeito municipal e servirá de base concreta à luta por melhorias. Além da elaboração coletiva do documento, cada escola/cmei ainda pode encaminhar fotos dos principais problemas enfrentados para o Sismmar. A partir destes documentos, o sindicato vai obter elementos para discutir com o Executivo a real situação das escolas de Araucária.
Mobilização Nacional – Filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o magistério de Araucária se uniu à mobilização convocada pela entidade nacional e que ocorreu em 25 estados do país. Os professores lutam pelo cumprimento da Lei do Piso do Magistério, que estabelece um piso salarial nacional fixado em R$ 1.451 pelo Ministério da Educação (MEC) – para profissionais com ensino médio e jornada de 40 horas. De acordo com a CNTE, apenas 9 estados pagam o piso estipulado pelo MEC e 17 deles não cumprem a hora-atividade.
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Ato em frente ao Paço Municipal
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