Foto: Rafael C Magalhães/Internet
De repente, o Brasil explodiu! Pelo menos 235 mil pessoas foram às ruas fazer o seu protesto de forma meio anárquica. Cada um levou a sua bandeira e expressou a sua insatisfação.
Mas no germe da grande manifestação está o MPL – Movimento Passe Livre. Uma organização popular que defende a tarifa zero para o transporte público e a revisão das políticas de transporte urbano. E, claro, um novo olhar para a cidade.
A passeata da noite de 17 de junho já era a quinta que ocorria em São Paulo. A violência da polícia militar paulista na manifestação anterior gerou repulsa, que levou mais gente às ruas e acabou canalizando insatisfações generalizadas.
O MPL começou no Fórum Social Mundial de 2005 e propõe a mobilização social para mudar a sociedade. Funciona de forma horizontal, sem hierarquia entre seus membros. A liderança se faz pela capacidade de reflexão e de articulação.
O movimento é bem focado nos seus propósitos. “Tem muita gente querendo colocar a própria pauta nos atos, e tentamos combater isso porque é um risco para nós. Não queremos e não vamos permitir que parasitem a nossa pauta e que as coloquem no meio”, afirmou Luiza Mandetta para a Revista Forum.
Duas dessas lideranças, a estudante de Direito Nina Capello e o professor de história Lucas Monteiro de Oliveira, deram entrevista ao programa Roda Viva, TV Cultura, e surpreenderam os entrevistados.
Nina defendeu a inversão da prioridade. “Uma pesquisa do Ipea conta que no Brasil se investe 12 vezes mais em transporte privado do que em transporte coletivo. Será que não existe recurso ou é uma opção política privilegiar o transporte privado”, afirmou a estudante.
Em Curitiba, o movimento luta pela redução da passagem de ônibus para R$ 2,60, com tarifa de domingo a R$1.