Assim que os deputados aprovaram a instalação de Comissão Especial para aprovar o pacotaço proposto por Beto Richa (PSDB), os professores e demais categorias de servidores estaduais em greve romperam as barreiras e ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná.
O protesto ocorreu perto das 18 horas de terça-feira, 10 de fevereiro, e impediu a votação do pacotaço.
Com a Comissão Especial, o governo esperava evitar o debate das medidas nas devidas comissões, como a de Constituição e Justiça, e passar o trator para impor ao funcionalismo as medidas mais draconianas desde os tempos de Jaime Lerner.
A pressão que os servidores faziam durante todo o dia em mobilização no Centro Cívico parecia dar resultado. Alguns deputados que apoiaram o tarifaço imposto em novembro tiravam seus apoios. O PSD iniciou o mesmo movimento. Mas Richa ameaçou retirar todos os recursos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e isto foi suficiente para a bancada do secretário Ratinho ceder e manter fidelidade ao governo.
O pacotaço de Richa tem várias medidas que prejudicam os servidores, como o congelamento do auxílio-transporte e a redução do quinquênio para 0,1%. Nestes itens o governador até pode ceder, pois a principal meta é colocar a mão no dinheiro da ParanaPrevidência, que soma R$ 8 bilhões, colocando em risco as aposentadorias dos servidores e os planos de carreira.
Às 10 horas da manhã desta quarta-feira a direção da APP-Sindicato foi informada por um oficial de Justiça que desde as 5 horas estava correndo multa de R$ 10 mil por hora de ocupação. A sempre tão lerda Justiça se mostra com agilidade incrível quando atua contra trabalhadores. Para isto, está à disposição já de madrugada.