Como nos três últimos anos, o Prefeito Albanor José Gomes se recusou a dialogar com o Sismmar antes de anunciar o reajuste. Antecipando a data-base de junho/2012 para este mês, o prefeito anunciou na tarde desta segunda-feira (12), no saguão do Paço Municipal, o reajuste de 10% nos vencimentos e valor de R$ 25 no auxílio alimentação – no valor de R$ 300,00 – para os servidores municipais.
Para o Dieese, os 10% não compreendem apenas a perda inflacionária da última data-base (junho de 2012) até fevereiro de 2012. Segundo análise do Dieese, o reajuste deste ano incorpora a reposição da inflação (3,44%), mas também as perdas históricas dos servidores no período de março de 2004 a maio de 2012(1,52%). Para o órgão, o que a prefeitura não revelou nos cálculos divulgados oficialmente no site da Prefeitura foi o verdadeiro percentual do aumento real.
“O Sismmar considera o reajuste muito inferior à expectativa dos servidores, pois estes acreditavam que, por ser um ano eleitoral, o percentual seria maior. Analisando as contas da prefeitura, avaliamos que o índice foi tímido. A proposta poderia ser melhorada caso houvesse interesse por parte da prefeitura em negociar com o sindicato. Se ele(o prefeito) tivesse dialogado, teríamos um aumento superior para o magistério, pois, segundo estudo do Dieese sobre as finanças do município, os 5% de ganho real reivindicado pelo Sismmar não impactaria a folha de pagamento”, observou a coordenadora do Sismmar, Giovana Piletti.
Outro ponto destacado pelo Dieese foi a quitação das perdas históricas. Para o órgão, o percentual de 1,56% dentro destes 10% proporcionou o “zeramento” das perdas históricas dos servidores no período de março de 2004 a maio de 2012. “Consideramos que a conquista da regularização das perdas históricas foi uma vitória da mobilização do magistério e dos servidores. Porém, entendemos que é possível melhorar o índice de ganhos reais. Mantemos a mobilização e reafirmamos o pedido de audiência no dia 15 de março, data da mobilização da categoria. Não há motivo para intransigência e nem para o prefeito Albanor se manter dando as costas para as entidades representativas dos servidores”, acrescentou Giovana.
Auxílio alimentação – Segundo o Dieese, o fato de o auxílio alimentação passar de R$ 275,00 para R$ 300,00 não é muito significativo. Isso porque, o reajuste em 9,09% não cobre as perdas do benefício que foi criado em junho de 2009, mas que só havia sido corrigido em junho de 2011. “No período de junho de 2009 a fevereiro de 2012, os preços da alimentação e bebidas na Região Metropolitana de Curitiba apresentou um aumento de 23,34%%, enquanto o auxilio alimentação teve uma correção de 20%, passou de R$ 250 reais para R$300,00. Então faltam 2,78% de correção para manter o poder aquisitivo do benefício criado em junho de 2009, sem considerar a inflação dos meses de março a maio de 2012”, explicou o órgão por meio de nota técnica.