Nesta segunda-feira (14), os representantes da Coordenação Executiva do Fórum Municipal em Defesa da Escola Pública e das entidades filiadas ao Fórum debateram a participação das atendentes infantis, bem como dos demais trabalhadores da educação, na 14ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de maio e tem como tema o financiamento da educação. A coordenação executiva do Fórum, que se reuniu na sede do Sismmar, entende que todos os profissionais da educação devem participar de atividades que estão associadas à melhoria da qualidade do ensino público. Para tanto vai enviar à Smed, nota esclarecendo a necessidade da presença dos cmeis na próxima sessão plenária do Fórum, uma vez que consta no calendário da Educação Infantil.
A defesa da participação das atendentes infantis no Fórum Municipal de Araucária foi defendida pelo Sismmar e pelo presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos do Município de Araucária (Sifar), Julio Telesca. Para ele, um evento como o Fórum, que vai debater financiamento da educação, tem de reunir o maior número de pessoas dessa área. “Temos de convidar as atendentes, serventes, cozinheiras. Enfim, todos os profissionais que fazem parte da educação, pois no dia-a-dia tudo o que se debate sobre educação, reflete no trabalho desses profissionais”, explicou Julio.
A coordenadora do geral do Sismmar, Giovana Piletti, informou que enviará à Smed uma nota defendendo a presença dos profissionais. O objetivo é fazer com que participem da atividade do Fórum. “Há um calendário a ser respeitado neste ano. E como a nossa tarefa é garantir a ampla participação no Fórum, temos que levar esse debate para a Secretaria Municipal de Educação (Smed) e cobrar a participação dos profissionais do Cmeis”, defendeu Giovana.
Além dessa solicitação à Smed, a Coordenação do Fórum enviará uma “Carta aos Pais” aos cmeis explicando os princípios e objetivos do Fórum.
CME e Controle Social – Outro ponto destacado na reunião foi controle social, tema que está na programação do Fórum e que fará parte do Grupo de Trabalho do dia 25 de maio. A atual presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), Andréa Voronkoff – lembrando que as eleições do CME acontecem em Julho – defendeu controle social no próprio Conselho. “Sempre defendi que o Executivo não exerça cargo de presidência e essa postura ficou ainda mais fortalecida após as discussões dentro da Conae (Conferência Nacional de Educação /2010), que combate essa prática. O CME tem caráter normativo, deliberativo e consultivo, mas a luta também é para que ele seja legalmente constituído como uma instituição que faz o controle social e fiscalizador. O CME deve seguir a linha do Conselho do Fundeb, que não pode ter um representante do executivo na presidência”, apontou Andrea.
Concurso Magistério 2012 – Ainda sobre o CME, Moacir Tuleski, lembrou que as discussões do CME sobre o ensino fundamental de 09 anos foram totalmente ignoradas pelo Executivo Municipal. Segundo ele, o último concurso do magistério vai cobrar apenas as leis federal e estadual sobre o assunto. “Todo o trabalho do Fórum Municipal de Educação, das Escolas e Cmeis e da própria Smed foi desconsiderado. A prefeitura não vai cobrar o que fizemos no nosso município. O estado debateu o ensino de 9 anos o ano passado e implantou este ano. Em Araucária nos discutimos isso em 2006 e ele passou a valer em 2007. Ficou como se o Conselho daqui nem existisse. Porque estudar as leis de fora e não a nossa?”, questionou Moacir.
A participação dos pais no Fórum – Os pais reconhecem a importância da aplicação das verbas públicas para a melhoria na educação dos seus filhos. Célia Rodrigues Gonçalves, mãe de um aluno da Escola Municipal de Educacao Especial Agrícola Padre Jose Anusz, fortalece a luta de pais e mães que buscam o direito à educação com qualidade para os seus filhos. “Há 12 anos os pais estão esperando que a Escola Agrícola se transforme em um Centro Educacional especializado. O prefeito Albanor foi na escola e falou para todos os pais que iria fazer essa mudança. Ele não cumpriu essa promessa, pois alegou que não há verbas. Não tem verbas, não tem fonoaudiólogo, não tem fisioterapeuta, não tem neurologista para atender as mais de 100 crianças que estudam na escola. Os pais ficam revoltados com essa situação, pois o prefeito prometeu em campanha”, denunciou.
Próxima reunião – A próxima reunião preparatória do Fórum debaterá a organização da Sessão e orientará o trabaho dos debatedores, coordenadores, relatoristas e das pessoas que vão trabalhar no credenciamento. A reunião acontecerá no dia 21, na sede do Sismmar.
As sessões do Fórum, para além de momentos de discussão da sociedade civil, sobretudo daqueles que estão envolvidos nos rumos da defesa da educação pública, são espaços de formação continuada. A sessão plenária do Fórum está prevista no calendário escolar das escolas públicas municipais desde 2007. O evento garante a participação do conjunto dos servidores que atuam nas Unidades Educacionais filiadas ao Fórum.