Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

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Imagem/reprodução: Carlos Alberto Docatelli – TWITTER

Em apenas um ano e seis meses, o Ministério da Educação (MEC) foi profundamente abalado pelo desgoverno Bolsonaro e as péssimas escolhas de seus ministros. Tudo começou com o primeiro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, que chegou a pedir que as escolas filmassem os alunos cantando o hino nacional e enviassem os vídeos ao MEC, e foi demitido após uma série de escândalos.

Em seguida, Bolsonaro nomeou Abraham Weintraub para assumir a pasta da Educação e conseguiu um ministro pior do que Vélez Rodriguez. O resultado final foi o que todo mundo pôde ver nas notícias recentes: Weintraub utilizou-se do cargo de ministro da Educação para fugir para os Estados Unidos e escapar de uma possível prisão, após ter chamado ministros do STF de “vagabundos” durante reunião ministerial. Weintraub, durante o período em que permaneceu na pasta, demonstrou total incompetência ao cargo que exercia.

Em comum, Vélez Rodriguez e Weintraub têm o fato de que não fizeram nada pela Educação, além do corte de verbas. Enquanto o MEC continua sem ministro, há questões urgentes que precisam ser resolvidas em um curto período de tempo, como é o caso do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Enem.

Após a fuga de Weintraub, Carlos Alberto Docatelli é cotado para ser o novo ministro da Educação. E ele parece ter o currículo perfeito para ser o ministro contra a Educação de Bolsonaro, pois, antes mesmo de assumir o MEC, já mentiu sobre títulos de doutorado pela Universidade de Rosário (Argentina) e de pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal (Alemanha).

Docatelli não tem nenhum dos dois títulos que citou em seu currículo. No doutorado, teve o trabalho final reprovado e o pós-doutorado na universidade alemã nunca foi cursado, como explicaram os responsáveis pelas instituições. Para piorar, também já é público que o possível novo ministro cometeu o crime de plágio em sua tese de mestrado. Enquanto isso, mesmo antes de assumir o MEC, Docatelli já se intitula ministro e alega que as mentiras do currículo são “questão de texto”.

A Educação segue abandonada enquanto Bolsonaro não consegue nomear um profissional responsável, técnico e com conhecimento prático para o ministério. O Fundeb, que é responsável por R$ 6 de cada R$ 10 da Educação Básica do Brasil, expira em dezembro de 2020 e até agora um Novo Fundeb não foi aprovado. Sem o Fundo, não há garantias de investimentos na Educação Básica.

Os alunos do Ensino Médio, por sua vez, aguardam que o impasse do Enem seja resolvido, já que a prova teve que ser adiada devido à pandemia de Covid-19. As universidades públicas continuam sofrendo com os cortes de verbas e os universitários com o corte de bolsas para pesquisa, entre tantos outros problemas.

No entanto, Bolsonaro continua mais preocupado em acobertar os escândalos de seus filhos do que escolher um ministro que seja capaz de lidar com os duríssimos desafios que o MEC precisa enfrentar. Docatelli, que antes mesmo de ocupar o ministério já chama mais a atenção para as mentiras sobre seu currículo, não pode estar à frente do Ministério da Educação porque é um péssimo exemplo.

O MEC precisa de um novo ministro que, no mínimo, tenha um currículo verdadeiro e demonstre sua capacidade de lidar com os grandes desafios da Educação. No entanto, não é pessimismo dizer que enquanto Bolsonaro for presidente não há como ter um ministro minimamente coerente e com conhecimento técnico para assumir a pasta.

Não adianta trocar de ministro se o presidente continua o mesmo!

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