Na próxima sexta-feira (30), às 13 horas, as atendentes infantis que atuam nos centros municipais de educação infantil (CMEIs) de Araucária estarão em frente ao Paço Municipal para exigir seus direitos. Os Cmeis estarão fechados para que as atendentes possam reivindicar, dentre outros, a redução da jornada de trabalho de 8h para 6 horas diárias. E, já que o Executivo não as recebe para entrar em processo de negociação, o Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos do Município de Araucária (Sifar), que representa a categoria, resolveu fazer esta mobilização que conta com o apoio do Sismmar.
Em “Carta Aberta das Atendentes Infantis” destinadas aos pais, as atendentes explicam que os motivos que as levam a lutar pela redução da jornada. “Nós, atendentes infantis, estamos todas sujeitas a uma carga horária de trabalho estafante. Durante oito horas por dia, dedicamos nossa vida a dezenas de crianças. (…), Tantas são nossas tarefas, tanto é o nosso nível de responsabilidade, de estresse e de dedicação com cada uma das dezenas de crianças que nos são confiadas todos os dias, que há cerca de dois anos iniciamos um movimento reivindicatório para que o Município reduzisse nossa carga horária para seis horas diárias. Não porque queremos trabalhar menos, mas porque queremos trabalhar melhor e com mais qualidade de vida e saúde”, destacam.
Relatam também nesta carta que – ao longo dos anos – o município exigiu que todas as atendentes passassem pelo processo de formação para professores. Apesar de apresentarem o diploma, afirmam que seus direitos não são respeitados. “Hoje, temos a mesma formação do professor. Os professores, têm carga horária de trabalho de quatro horas diárias. Exatamente, senhores pais: metade do que a jornada de trabalho de um atendente. Logo, senhores pais, nossa reivindicação, mais do que um DIREITO, é uma questão de JUSTIÇA. É justamente por isso que pedimos o apoio nesta briga de cada pai, mãe, avó ou responsável por uma criança matriculada em CMEI. Ajude-nos!”,
Nota do Sismmar – As atribuições do cargo de Atendentes Infantis não se limitam apenas aos cuidados com alimentação e higiene das crianças matriculadas nos Cmeis, mas também se referem à necessidade de práticas pedagógicas que contribuem com o desenvolvimento motor e cognitivo desde o berçário até a pré-escola. Isso significa que exercem funções semelhantes à docência na Educação Infantil. Além disso, estão sujeitas aos mesmos problemas que os professores da etapa: desgaste físico, emocional e psicológico, porém com o dobro de carga horária e sem hora-atividade. Com a exigência da formação em Magistério, o caráter da profissão vem mudando, o cargo passou de “babá” para “atendente infantil” e há uma tendência nacional de unificar a carreira em torno do cargo de professor. Isso põe fim à hierarquia e com a falta de isonomia entre cargos com funções semelhantes. As atendentes têm e sempre tiveram apoio do Sismmar, independente de pertencerem ao quadro de filiados do Sifar. A luta por melhoria na carreira dos servidores municipais é única.
