Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

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Charge de Latuff sobre a reintegração de posse violenta pelo governo Alckmin (PDSB-SP) que desalojou 1500 famílias na ocupação Pinheirinho, São José dos Campos, em 2012, em favor do especulador Naji Nahas, envolvido escândalos financeiros

O 1º de maio deste ano iniciou com a triste notícia do incêndio e desmoronamento de um prédio no Largo Paissandu, centro de São Paulo. Cerca de 150 famílias moravam no local. Pouco se sabe sobre as causas ou mesmo sobre o número de mortos e desaparecidos. Nem por isso a classe política e a grande imprensa esqueceram por um segundo a violação daquilo que considera mais sagrado: a propriedade privada.

O desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida escancarou uma realidade vivida pela parcela mais carente da população. Em todo o país, muita gente não pode se dar ao luxo de pagar aluguel ou a prestação de uma casa ou apartamento. Ainda assim, as classes média e alta insistem em esquecer ou simplesmente ignorar esta grave situação.

As ocupações seguem a filosofia anarquista dos okupas (ou squatters), que surgiu na década de 60 na Europa. Eles assumem edifícios que estão vazios, como ação política para denunciar o déficit de moradias para quem mais precisa, e como instrumento de pressão para que o poder público assuma uma política mais antenada com a urgência da sociedade.

O prédio estava abandonado desde 2001, pertencia ao governo federal e não cumpria nenhuma função social quando foi ocupado em 2012 por um dos movimentos sem-teto. As primeiras notícias sobre o ocorrido vieram acompanhadas pela criminalização das mais de 300 pessoas que moravam no edifício. O governador pediu mais rigor do judiciário contra as ocupações. O ex-prefeito paulistano João Dória (PSDB), candidato a governador de São Paulo, associou as vítimas da tragédia ao crime organizado.

Essas famílias, que já são vítimas da especulação imobiliária que se manifesta pelos aluguéis que crescem rapidamente e de prédios vazios acumulando valor, estão desabrigadas e expostas à criminalização. As ocupações nada mais são do que resposta daqueles mais atingidos pelo projeto de desigualdade construído pelas classes dominantes.

Passando o fato midiático, certamente as famílias terão a mesma falta de assistência que as levou a abrir com os próprios punhos um prédio abandonado. Certamente este episódio será utilizado pela classe dominante para acirrar o cerco às ocupações. Como já foi feito inúmeras vezes, serão utilizados laudos técnicos para decretar despejos e pressionar os movimentos politicamente.

Os movimentos seguem resistindo e ocupando, denunciando a responsabilidade do Estado e contra a repressão que está por vir.

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