O prefeito Hissam evidenciou mais uma vez a sua irresponsabilidade e descaso com a vida da população. Na sexta-feira (26), enquanto a maioria absoluta dos municípios paranaenses optou por seguir o decreto do governo do estado, que prevê medidas mais duras de combate à pandemia, o prefeito optou por não seguir o documento na totalidade. Ao invés disso, continuou permitindo a abertura dos comércios, a venda de bebidas alcóolicas e deixou de lado o toque de recolher.
O decreto do estado prevê um toque de recolher e a proibição da venda de bebidas alcóolicas das 20h às 5h, o fechamento dos serviços não essenciais e o cancelamento do retorno presencial nas escolas. São medidas para evitar aglomerações em comércios e nas ruas, e também para diminuir acidentes de trânsito, já que o estado sofre com a falta de leitos de UTI.
Em nota oficial, a prefeitura alegou que não seguiria integralmente o decreto de Ratinho Jr porque Araucária tem um índice de letalidade baixo (1,2%). Hissam ignora o fato de que o combate à Covid-19 é coletivo. O prefeito só aderiu ao decreto após a ocorrência de um acidente de trânsito na noite do último sábado (27), que matou dois irmãos atingidos por um carro suspeito de racha, e após uma solicitação do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Além da tragédia na rua Archelau, a Polícia Militar (PM) informou que prendeu outro motorista que furou o bloqueio policial no sábado. O condutor, além de estar com a carteira de habilitação vencida e ter avançado o sinal, estaria com sinais de embriaguez e portava um atestado médico com orientações para cumprir o isolamento social por ter tido contato direto com uma pessoa infectada pela Covid-19. Nenhum dos motoristas será multado porque no município não valiam as sanções do toque de recolher. Vão responder apenas pelos delitos de trânsito.
Vale lembrar que Araucária não tem leitos de UTI e os pacientes com sintomas graves do novo coronavírus são encaminhados aos hospitais de municípios vizinhos, que já sofrem com o colapso do Sistema de Saúde. Neste domingo (28), mais de 550 pessoas ainda estavam na fila de espera por leitos de UTI no estado do Paraná devido a esse colapso. Até quando Hissam vai se omitir?
É uma vergonha que o prefeito só tenha aderido ao decreto após a ocorrência de um desastre que poderia ter sido evitado e de uma exigência do MP-PR. A irresponsabilidade de Hissam e sua equipe de governo custa vidas. Nesse momento, em que mais de 11.600 vidas foram levadas pela Covid-19 no estado do Paraná e mais de 250 mil no país, todos os esforços precisam ser somados para impedir o avanço da pandemia e o colapso do SUS.
Prefeito, chega de irresponsabilidade! A economia não pode estar acima de vidas!