Neste mês de março, tivemos algumas datas importantes para a luta antirracista no Brasil. No dia 08, o Dia Internacional da Mulher, o governo Lula instituiu o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça, celebrado em 14 de março, mesma data em que a vereadora foi executada no Rio de Janeiro.
Cinco anos depois, a sociedade civil ainda aguarda respostas das autoridades sobre quem matou e quem mandou matar Marielle e Anderson Gomes, que trabalhava como motorista da parlamentar e também foi executado de forma brutal.
Negra, bissexual, de origem periférica e defensora dos direitos humanos, Marielle virou um importantíssimo símbolo de resistência no Brasil e, também, internacionalmente. Por isso é que essa data, agora, torna-se mais um dia de enfrentamento ao racismo e também da violência política e de gênero.
Outra data relevante neste mês foi o 21 de março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. A data é em alusão ao massacre que ocorreu no dia 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, durante um protesto do movimento negro contra a absurda Lei do Passe, que obrigava pessoas negras a portarem um cartão que continha os locais onde era permitida a circulação destas.
Cerca de 20 mil pessoas participaram desse protesto, que, mesmo sendo pacífico, resultou em 69 mortos e 186 feridos devido à atuação violenta e truculenta da polícia do regime de Apartheid.
Ou seja, tanto o 14 de março quanto o 21 de março, são datas de luta antirracista porque são fruto do derramamento de sangue de pessoas negras que lutaram incansavelmente por um mundo sem violência e desigualdade racial. Muitos perderam e continuam perdendo suas vidas devido à cor da pele. Por isso, a luta antirracista é urgente, é para agora e é todo dia!
Até quando pessoas negras vão ter um alvo em suas costas? Até quando mulheres negras vão ser ameaçadas e até mesmo executadas, como no caso de Marielle, por ocupar um espaço político que há centenas de anos é predominado por homens brancos e ricos?
A luta antirracista é uma luta de todos e todas, não apenas do movimento negro. E essa luta passa pela Educação, pois somente a Educação tem a capacidade de transformar a sociedade e o poder de fazer ruir o racismo estrutural que faz vítimas todos os dias, no Brasil e em tantos outros países.
Ciente da importância dessa luta diária, o SISMMAR reafirma seu compromisso com a luta antirracista e por uma Educação Pública que respeite e valorize a diversidade de raça e de gênero. Somente assim será possível evoluir para uma sociedade melhor, livre da violência racial e de gênero.
MARIELLE FRANCO, PRESENTE!
VIVA O MOVIMENTO NEGRO!