Neste final de semana, diversos artistas, como Pabllo Vittar, Marina, Lulu Santos, banda Fresno e outros, aproveitaram o festival Lollapalooza, evento privado realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, para criticar o governo Bolsonaro. O que não se esperava é que aliados do governo recorressem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar calar a voz desses artistas.
Após as apresentações das cantoras Pabllo Vittar e Marina (ex Marina and The Diamonds) na sexta-feira (25), o Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro pertence, recorreu ao TSE contra a organização do Lollapalooza por suposta propaganda eleitoral irregular. O TSE acatou o pedido no sábado (26) e proibiu as manifestações sob multa de R$ 50 mil.
Entretanto, nem mesmo a ameaça de multa do TSE impediu que artistas que se apresentaram neste domingo (28) reforçassem as críticas ao governo federal. Vale lembrar que o mesmo TSE não tem atuado a fim de impedir que Bolsonaro faça campanha eleitoral irregular, inclusive através de “motociatas” financiadas com dinheiro público.
Outros pontos a serem destacados são o aumento do autoritarismo e a escalada crescente de episódios de censura sob o desgoverno Bolsonaro. Em um desses episódios, Bolsonaro censurou professores(as), no auge da pandemia, que criticaram o seu governo, além de diversas denúncias de jornalistas e profissionais da imprensa que foram agredidos após fazerem perguntas ao presidente.
A censura remete aos anos de chumbo no Brasil. É uma das táticas mais sórdidas da ditadura e que precisa ser amplamente denunciada, pois se trata, justamente, do desrespeito à democracia. A liberdade de expressão e o direito à pluralidade de opiniões fazem parte do sistema democrático, portanto é inadmissível que artistas que se opõem ao governo sejam impedidos de fazerem críticas públicas sob pena de multa.
O SISMMAR apoia o livre direito à crítica política e segue na luta em defesa do Estado Democrático de Direito e das instituições.
#CalaBocaJáMorreu