Com 50,90% dos votos válidos, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi eleito Presidente da República pela terceira vez neste domingo (30). Por sua vez, Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), entrou para a história como o primeiro candidato à reeleição que não conseguiu se reeleger no Brasil.
Com a vitória do presidente Lula, a maior vencedora foi a democracia. Isso porque, durante seus quase quatro anos de desgoverno, Bolsonaro atacou insistentemente o Estado Democrático de Direito e as instituições. Agora, espera-se que o presidente aceite a derrota nas urnas e não questione a escolha do povo brasileiro.
Vence a democracia porque o Brasil optou por acabar com as ameaças de golpe, os atentados às instituições e o discurso de ódio que causou tantas desgraças nos últimos anos. Vence a democracia porque, com Lula, as minorias serão respeitadas e não terão de se curvar às maiorias.
Vence a democracia porque não teremos mais um presidente racista que mede o peso de pessoas negras por arroba. Vence a democracia porque os indígenas terão voz e não precisarão mais sofrer com um presidente que prometeu – e cumpriu! – que não demarcaria nem um centímetro de terra indígena.
Vencem também a Educação Pública e o Sistema Único de Saúde (SUS), que foram vítimas do amplo projeto de desmonte dos serviços públicos promovido por Bolsonaro e Paulo Guedes. Vence a educação como um todo, com a oportunidade de reavivar o Ministério da Educação (MEC) e, finalmente, termos um ministro qualificado e técnico.
Com a derrocada de Bolsonaro, vence a voz das famílias enlutadas pelas vítimas da Covid, que foram profundamente ofendidas pelo desgoverno que tratou com deboche o sofrimento e agonia dos nossos mortos. Vence a defesa da vida em detrimento das políticas de morte do governo bolsonarista.
Lula tem agora a missão de pacificar um país contaminado pelo discurso de ódio, o armamentismo, o racismo, a misoginia, o machismo, a xenofobia e a LGBTQIA+fobia. Tem a dura missão de dialogar amplamente com a bancada conservadora que foi eleita no primeiro turno para o Senado e a Câmara de Deputados.
Com um estadista que é respeitado pelo mundo todo, o Brasil agora tem a chance de ser um país sóbrio, e não mais uma nação malvista por ser comandada por um presidente desequilibrado, violento, amante da tortura e que tratou com enorme descaso aqueles que tem fome de comida e justiça social.
Sabemos que, daqui para a frente, não será o paraíso, mas ficamos aliviados por ter fechado as portas do inferno.
Quando a democracia vence, vencemos todos!