Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

jovem pan

Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias é sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que puniu a emissora Jovem Pan por divulgar mentiras e desinformação sobre o presidenciável, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto tece elogios ao candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro (PL), numa falta de isonomia bastante evidente. Principalmente em época de campanha eleitoral.

A decisão do TSE, de Alexandre de Moraes, foi enviada à Jovem Pan na segunda-feira (17) e, além de proibir a emissora de veicular inverdades sobre Lula, também obriga o veículo a dar o direito de resposta ao candidato petista, como prevê a lei.

Após essa determinação, a Jovem Pan publicou um editorial no qual classifica a decisão do TSE como um ato de “censura”. O veículo alega que a “liberdade de imprensa” e a “liberdade de expressão” foram feridas pela instituição. Sensacionalista como sempre, a emissora, em protesto à determinação, chegou a publicar uma receita de bolo de fubá, como faziam os jornalistas perseguidos na época da ditadura.

Sobre esse caso, o que é necessário deixar evidente são os motivos que levaram o TSE a tomar tal providência. Há anos a Jovem Pan vem disseminando mentiras, discurso de ódio e fazendo assessoria de imprensa pró-Bolsonaro. Em um dos episódios, o comentarista Adrilles Jorge fez uma saudação nazista durante um programa veiculado no início deste ano. Foi afastado por um tempo e logo retornou às telas.

Numa democracia sólida, a liberdade de expressão acaba quando fere o direito do outro. Preconceito, racismo, LGBTfobia, apologia ao nazismo e difusão de mentiras não têm nada a ver com liberdade de expressão.

O dever dos meios de comunicação é trabalhar com princípios éticos, com reportagens e matérias sérias, dignas, objetivas e imparciais. Jamais optar, como é o caso, em propagar desinformação de forma intencional e ter tolerância com quem faz apologia à ditadura e à tortura.

É lamentável e indigno que a Jovem Pan siga essa linha editorial. Mais lamentável ainda que compare o que aconteceu com a imprensa nos “anos de chumbo” – quando jornalistas, como Vladirmir Herzog, foram perseguidos, torturados e mortos pelos militares – com um veículo que está sendo punido por divulgar uma infinidade de mentiras e destilar preconceitos justamente no período que precede o segundo turno das eleições mais importantes desde a redemocratização do Brasil.

Seria muito mais produtivo se ao invés de publicar a receita de bolo de fubá, em alusão ao cerceamento da verdadeira liberdade de imprensa durante a Ditadura Militar, a Jovem Pan tratasse o jornalismo com a verdadeira importância que tem, pois representa, sim, o “Quarto Poder”, que tem a OBRIGAÇÃO de informar o público respeitando os princípios da veracidade, honestidade e imparcialidade.

Nenhum veículo pode se aproveitar da lei de liberdade de imprensa com o objetivo nefasto e inaceitável de confundir propositalmente a população com desinformação.

“A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica. E deixar cicatrizes no cérebro.” (Noam Chomsky)

 

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