Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

Search
Close this search box.

salário prefeito vereadores

Enquanto a Prefeitura estuda os ataques à carreira e ao sistema de Previdência do funcionalismo municipal, já enviados em minutas pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o prefeito Hissam Hussein Dehaini e os vereadores de Araucária aproveitaram o fim de ano para aumentar o próprio salário nas últimas sessões plenárias deste ano.

Com o aumento aprovado em segunda votação ontem (20), o salário dos vereadores terá um aumento de 32%, enquanto o do prefeito e da vice-prefeita será aumentado em 56%. Assim, o salário de um vereador, que é de R$ 9,5 mil, passará a ser de R$ 12,6 mil, enquanto a remuneração do prefeito passará de R$ 17 mil para R$ 28 mil – um dos maiores salários da região metropolitana, quase se igualando ao salário de Rafael Greca, prefeito de Curitiba.

A justificativa para o aumento é a de que as remunerações do Executivo e do Legislativo de Araucária não eram reajustadas há muitos anos, mas, na verdade, em 2019 a Câmara de Vereadores aprovou um aumento de 60% no salário dos vereadores. Também cabe lembrar que a recomposição salarial dada ao funcionalismo neste ano, no mês da data-base, foi de apenas 16%, embora o DIEESE apontasse para 25% (até junho de 2022).

À época, a Prefeitura se recusou a pagar os 25% afirmando que tal reajuste prejudicaria os cofres públicos, deixando os(as) servidores(as) com 9% de defasagem – que aumentou, já que essa conta valia até junho de 2022. Agora, aprovaram por unanimidade projetos de lei que aumentam os próprios salários em índices acima da inflação. É justo isso?

O sindicato, como legítimo representante dos(as) servidores(as) do magistério, não é contrário ao reajuste dos salários do Executivo e Legislativo, mas é contrário à falta de isonomia e paridade em relação ao funcionalismo. Por que o reajuste dos(as) servidores(as) não pode ser de acordo com as perdas inflacionárias, mas o do prefeito e dos vereadores pode?

Você, servidor(a), deve estar se perguntando: como ficam os cofres públicos nessa situação? Os 11 vereadores, por exemplo, custarão ao município R$ 6,7 milhões ao ano (salários e gabinete). Já o prefeito Hissam, sozinho, custará R$ 336 mil ao ano, enquanto a sua vice, Hilda Lukalski Seima, custará R$ 250,8 mil ao ano.

Com a repercussão ruim que esse aumento nos salários teve no município, os vereadores correram para afirmar que o reajuste valerá apenas para o próximo mandato, a partir de 2025. Para aprovar às pressas esses projetos ainda em 2022, será que esses vereadores têm tanta certeza assim de que estarão no cargo para serem beneficiados? Cabe à população refletir.

Para piorar, quando questionada sobre esses aumentos pelos veículos G1 e RPC, ambos da Globo, a Câmara Municipal informou que os cálculos de impacto financeiro ao município ainda não foram realizados e que a correção dos salários seguiu o índice IGP-M, enquanto o índice utilizado para o reajuste salarial geralmente é o INPC. Questionado pela imprensa o porquê de ter utilizado esse outro índice, o presidente da Câmara não respondeu até o momento. Pode isso? O funcionalismo municipal está de olho!

what you need to know

in your inbox every morning