Pressão por resultados, salas superlotadas e assédio moral leva professores ao adoecimento, denúncia SISMMAR.
O tão aguardado período de recesso chegou para os professores de Araucária, mas o alívio não apaga o cenário de exaustão e adoecimento que se instalou nas escolas da rede municipal. A carência de profissionais, salas superlotadas, falta de materiais e uma rotina de cobranças e prazos desumanos têm gerado ansiedade, assédio moral e comprometido a saúde de toda a categoria.
No Ensino Fundamental, a obsessão pela nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) atinge níveis alarmantes. A pressão é tanta que muitos professores evitam ministrar aulas para o 5º ano. Além da rotina pedagógica, são exigidos simulados e avaliações de larga escala que, na maioria das vezes, não se alinham ao currículo ou à realidade das salas de aula. Ignoram-se, ainda, as especificidades dos alunos e o processo de inclusão. Essa mesma pressão por índices de alfabetização se estende agora às turmas de 2º ano.
A Educação Infantil não está imune. Salas superlotadas e até acima do porte, crianças com laudos sem profissionais de apoio, escassez de professores, falta de materiais, infraestrutura precária e uma burocracia excessiva têm levado ao afastamento de profissionais.
Assédio moral institucionalizado e suas consequências
Todo esse panorama caótico culmina em um ambiente de trabalho nocivo, acentuando conflitos e gerando o assédio moral. O assédio, prática abusiva e reiterada de gestos, palavras ou atitudes, visa desestabilizar emocionalmente a vítima, causando danos à sua dignidade e integridade psíquica ou física. As consequências se refletem em problemas de saúde e prejuízos nas relações pessoais e profissionais.
Na rede de Araucária, o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (SISMMAR) aponta que essa prática tem sido institucionalizada. Prazos apertados, o não cumprimento do calendário, e a falta de profissionais e materiais são problemas que extrapolam a capacidade das direções das unidades educacionais, gerando adoecimento e conflitos internos.
A gravidade da situação foi tristemente evidenciada no final do mês passado, quando uma professora faleceu em decorrência de problemas de saúde que, segundo relatos, foram ignorados devido à rotina de trabalho extenuante.
O SISMMAR tem denunciado insistentemente essas práticas e pressionado a prefeitura por soluções.
Canais de denúncia:
O SISMMAR disponibiliza um canal para denúncias. Caso você seja vítima ou presencie situações de assédio ou precariedade nas condições de trabalho, envie seu relato, com garantia de anonimato, para: canaldenotificacaosismmar@gmail.com.
Outro canal de denúncia é a ouvidoria da Prefeitura, podendo ser registrado pelo telefone 0800 643 1550, ou pelo e-mail: ouvidoria@araucaria.pr.gov.br