Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

O serviço público está novamente sob ataque na Câmara dos Deputados, com a retomada das discussões sobre a Reforma Administrativa. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), declarou que a proposta é prioridade neste semestre legislativo.

Na última quinta-feira (2), o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) apresentou um pacote de propostas com o objetivo declarado de “modernizar a administração pública brasileira”, buscando maior eficiência, transparência e responsabilidade fiscal. No entanto, o conteúdo da proposta tem sido duramente criticado por servidores e especialistas por representar um verdadeiro desmonte do serviço público.

Entre os principais pontos, estão medidas que fragilizam direitos consolidados dos servidores públicos, como:

Três Propostas Legislativas da Reforma Administrativa

A Reforma está sendo apresentada em três frentes legislativas diferentes:

  1. Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
    Modifica cerca de 40 artigos da Constituição, estabelecendo as novas bases para a gestão pública.
  2. Projeto de Lei Complementar – Lei de Responsabilidade por Resultados
    Define novas metas e formas de avaliação de desempenho, com previsão de bônus e revisões anuais de gastos.
  3. Projeto de Lei Ordinária – Marco Legal da Administração Pública
    Trata da reorganização dos concursos públicos, das carreiras e das funções de confiança.

Pontos Críticos da Reforma Administrativa

A proposta apresenta diversos pontos considerados prejudiciais à valorização do servidor e à manutenção de um serviço público de qualidade. A seguir, os principais impactos:

  1. Extinção de Carreiras e Reestruturação de Salários

A proposta abre espaço para extinguir carreiras e alterar tabelas salariais, precarizando vínculos já estabelecidos.

  1. Novos Tipos de Contratação

Criação de diferentes formas de vínculo, como:

  1. Fim da Estabilidade

A estabilidade deixaria de ser um direito de todos os servidores concursados. Apenas os ocupantes de “carreiras típicas de Estado”, a serem definidas posteriormente por lei complementar, manteriam essa proteção. Isso abre margem para perseguições políticas e demissões arbitrárias.

  1. Remuneração por Desempenho
  1. Avaliação Punitiva e Flexibilização do Regime de Trabalho

A proposta prevê avaliações de desempenho com caráter punitivo, podendo levar à exoneração. Além disso, traz regras mais flexíveis para a contratação e demissão, afetando a continuidade e a imparcialidade do serviço público.

Desmonte do Serviço Público

Sob o pretexto de modernização, a Reforma Administrativa propõe mudanças que atacam diretamente os servidores públicos e, por consequência, a qualidade do serviço prestado à população. A retirada de direitos como a estabilidade, a limitação de concursos e a flexibilização das contratações colocam em risco a imparcialidade, a continuidade e a profissionalização do setor público.

O SISMMAR está contribuindo ativamente nas mobilizações, com destaque para a agenda do Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação, que tem como objetivo construir estratégias de articulação entre as entidades em defesa da valorização dos(as) profissionais da educação e do fortalecimento da escola pública.

A aprovação dessa reforma representaria um grave retrocesso, com impactos para toda a população brasileira especialmente para aqueles que mais dependem dos serviços públicos essenciais.

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